quinta-feira, 11 de novembro de 2021

Gosto se discute?

O que se tem visto nas redes sociais nos últimos dias é uma tremenda sacanagem, uma desfaçatez, uma crueldade: aqueles que, ainda que solidários, confessam não gostar deste ou daquele estilo musical popular estão sendo agredidos verbalmente e tachados como elitistas, esnobes e gente do mal!
É um absurdo! Parece que agora todo o mundo é obrigado a gostar das mesmas coisas, sem espaço para dissidências.
Deve ser isso o que se quer dizer com “as minorias se curvando à maioria”…
Ninguém é obrigado a gostar de nada nem deve ser diminuído, desmerecido ou atacado por seus gostos estéticos. As pessoas têm o direito de dizer que não gostam de algo. Mas nos dias atuais…
É por isso que sempre evito dizer que não gosto de ostras ou de uísque: as pessoas logo me acusam de querer exterminar moluscos e pôr abaixo os alambiques das Highlands!
Ops!

Santarém, Pará, 10/11/2021.

Cosplay

Bruna Marquezine criticadíssima por ter usado uma fantasia de enfermeira.
Imaginem só a grita quando esse povo conhecer o Village People…

Apotegma #9

Não reclamemos de quem nos conta o final do filme, pois pior do que isso é acordar antes do final do sonho.

terça-feira, 26 de outubro de 2021

Produto de exportação

O Brasil não para de diversificar sua economia e seu leque de exportações.
Abro um livro gringo, em inglês, sobre turismo no Brasil, e topo nele com vários termos do português brasileiro ali citados e erradamente escritos, com acentos onde não os deveria haver, por exemplo.
Muitas pessoas escrevem TAMBAQUI ou TATU com acento no I ou U porque não dominam as normas de ortografia (aí não há acento gráfico, pois se trata de palavras oxítonas terminadas em I ou U, como AQUI, ALI, BATI, CAQUI, MURUCI, JURITI, PARTI, JACU, URUBU, ITU, PERU, GUABIRU...).
Sabemos a causa, a complexa situação que leva a tais erros de escrita.
Mas encontrar palavras nossas com grafia errada num livro em outra língua mostra que o mais novo produto de exportação brasileiro é o erro ortográfico.

domingo, 24 de outubro de 2021

Lollapalooza de velha

Não me importo com as crenças alheias. Religião é assunto pessoal, coisa própria de cada um, e ninguém deve intrometer-se nisso. Respeitem-se as pessoas e suas crenças e evitar-se-ão problemas. Cada macaco no seu galho, cada um no seu quadrado.
Foi o que pensei quando fiquei sabendo, hoje, que um conhecido humorista da TV foi criticado porque debochou da procissão do Círio de Nossa Senhora de Nazaré, que ocorre anualmente em Belém do Pará há séculos, chamando-a de "Lollapalooza de velha".
Pensei também: "Esse cara está brincando com fogo, querendo ser cancelado". Não sou favorável a nenhum tipo de censura, mas acho que alguns humoristas batem pesado e deveriam conter um pouco a língua para evitar problemas.
Mas logo depois vi que o humorista em questão é Murilo Couto, que é paraense, logo tem lugar de fala nativo e cativo para criticar e mangar à vontade de coisas do Pará. Ele sabe do que fala e o que faz.
Tudo em casa, então! Nada que não se resolva civilizadamente, roendo umas pupunhas e tomando um cafezinho ou suco de bacuri com bolo-podre. Ou não?
Seja como for, não nos intrometamos nessa contenda, que é assunto interno, "interna corporis".
Sapo de fora não chia.
#ciriodenazare #murilocouto

Santarém, Pará, 24/10/2021.

México lindo!

Num programa americano (dublado) exibido na TV por assinatura, faz-se referência à cidade mexicana de San Luis Potosí, capital do estado de mesmo nome.
Nada de extraordinário. Normal, aliás, pois o México habita os sonhos e os pesadelos dos ianques: criminosos "made in USA" vivem fugindo para o vizinho do sul, enquanto os guardas de fronteira mantêm a forma correndo atrás de imigrantes ilegais — não necessariamente mexicanos — que cruzam a mesma fronteira no sentido oposto.
O que me chamou a atenção foi a pronúncia do nome mexicano na dublagem: em vez de pronunciar o nome San Luis Potosí com uma pronúncia próxima do castelhano ou à brasileira, o dublador pronunciou... à inglesa, como se fosse um nome anglófono. Saiu algo como SÉN LÚI POTÔUSSI. Inacreditável!
Simplesmente o dublador repetiu ou imitou a pronúncia do ator no filme original, sem nem mesmo atentar para o ridículo que há nisso.
Por quê? O que explica isso? Incultura? Falta de informação? Não sei o que dizer.
O problema não se dá apenas na leitura de palavras estrangeiras ou de nossa língua nas dublagens de filmes, pois as traduções também são sofríveis.
Reflexos de uma combinação de fatores de nossos tempos.

Santarém, Pará, 24/10/2021.

Apotegma #8

Evita as pessoas nocivas, principalmente aquelas que te fazem sentir um criminoso até em teus mais comezinhos atos — como o de respirar, por exemplo.

sexta-feira, 22 de outubro de 2021

Apotegma #7

Se quem vê cara não vê coração, quem vê diploma nem sempre vê aptidão.

Homo brasiliensis


Eu antes me espantava, mas hoje apenas lamento que tantas pessoas, inclusive com curso superior, estejam perdendo a capacidade de identificar metáforas, alegorias e outras figuras de linguagem e interpretem tudo ao pé da letra, ou seja, literalmente.
Já não se podem dizer coisas como “matando cachorro a grito”, “subindo pelas paredes”, “de vento em popa”, “fulano com fome vira bicho”, que logo alguém critica a violência contra os caninos, avisa do perigo de escalar muros, aponta a Era das Navegações como uma desgraça da humanidade, diz que é preconceito contra os animais etc.
Se alguém, para destacar as idiossincrasias do povo brasileiro, refere-se a ele como “Homo brasiliensis”, não demora muito vem um especialista acadêmico, com grau no dedo e doutorado na parede, a dizer que “assim não pode, assim não dá, assim não é possível, pois os brasileiros não são um grupo com característicos que o constituam uma espécie a parte da humanidade”…
Jura?
No ritmo em que vamos, arribaremos sem muito tardar ao fim do mundo… ou da metáfora!

Santarém (PA), 21/10/2021.

Leia e curta também no WordPress.

Prêmio merecido

Algumas pessoas têm tamanha autoestima e se acham tão competentes naquilo que fazem, que acham natural e de direito criticar um prêmio por não terem sido indicadas a ele. Não coram nem ficam constrangidas! 😱 Haja troféus para tanta gente que se acha merecedora deles!
Parece que isso virou moda, portanto não estarei fora do senso comum se criticar o Nobel de Literatura por ainda não me ter premiado. O que estão esperando?
Aliás, também não aceito não ter sido ainda eleito para a Academia Brasileira de Letras. Garanto que não faria feio ao colaborar com Evanildo Bechara no Vocabulário Ortográfico da Língua Portuguesa.
Fico aguardando o telegrama. 😉 E não se esqueçam da minha Caloi… digo, daquela parte chamada pecúnia!

terça-feira, 5 de outubro de 2021

Revisão Final

No Dia do Juízo Final, Armagedom, Ragnarok — ou seja lá que nome se lhe dê — as armas serão as letras do alfabeto, e dar-se-á a contenda entre aqueles que usam indiscriminadamente as iniciais maiúsculas e os que não as usam de jeito nenhum.

Os revisores de textos assistirão ao evento em camarote, comendo pipocas ou canapés e sorvendo uma geladinha. Conforme a língua em questão, cachaça, vodca, gim, uísque, bagaceira e outros espiritos casarão bem com a ocasião.

(Felizes os revisores árabes e judeus, que não têm esse problema...)

Ao fim e ao cabo, seja qual for o resultado... revisaremos tudo!

Qual é a mais...?

Um dia quente em 1987. Ou 1988. Entre 12h e 13h. Era a 8ª série (4º ano do ginasial) ou o 1º ano do colegial (ensino médio), não me lembro bem. Eu estudava à tarde; tinha chegado bem mais cedo à escola e esperava a abertura do portão.
Eu era o único ali à porta da escola. Após algum tempo, chegaram duas garotas, mais ou menos da minha idade, que eu conhecia de vista, pois estudavam ali também no mesmo turno. Não me lembro dos nomes delas, mas tínhamos colegas em comum. Eram bonitas, atraentes, como várias outras da escola e da vizinhança.
Elas se sentaram num banco do outro lado da avenida. Olhavam para mim e conversavam, riam. A piada parecia ser boa…
Uma delas se levantou e atravessou a avenida. Veio até mim.
— Oi! Você é o Júlio, né?
(Sabia meu nome! Inacreditável…)
— Sim, meu nome é Júlio — respondi meio surpreso e quase gaguejando.
— Então, Júlio, minha amiga e eu estávamos conversando e estamos com uma dúvida. Será que você pode nos ajudar?
— Sim, claro. Qual é a dúvida?
— A pergunta é a seguinte: De nós duas, qual você acha que é a mais bonita?
Fiquei pasmado. Boquiaberto. Instintivamente, olhei para ela e depois para a amiga. E olhei de novo para uma e para a outra. E de novo. Não sabia o que dizer. Fiquei sem voz.
Ela estourou em riso. E disse:
— Sabe, entre nós duas, nós achamos que o mais ridículo é você!
E saiu gargalhando para se juntar à colega, que, no outro lado da avenida, ria muito também.

Santarém, 25 de setembro de 2021.

sábado, 25 de setembro de 2021

Apotegma #6

A vida é muito curta para que tu a desperdices lendo biografias.

Qual é a mais...?

Um dia quente em 1987. Ou 1988. Entre 12h e 13h. Era a 8ª série (4º ano do ginasial) ou o 1º ano do colegial (ensino médio), não me lembro bem. Eu estudava à tarde; tinha chegado bem mais cedo à escola e esperava a abertura do portão.
Eu era o único ali à porta da escola. Após algum tempo, chegaram duas garotas, mais ou menos da minha idade, que eu conhecia de vista, pois estudavam ali também no mesmo turno. Não me lembro dos nomes delas, mas tínhamos colegas em comum. Eram bonitas, atraentes, como várias outras da escola e da vizinhança.
Elas se sentaram num banco do outro lado da avenida. Olhavam para mim e conversavam, riam. A piada parecia ser boa...
Uma delas se levantou e atravessou a avenida. Veio até mim.
— Oi! Você é o Júlio, né?
(Sabia meu nome! Inacreditável...)
— Sim, meu nome é Júlio — respondi meio surpreso e quase gaguejando.
— Então, Júlio, minha amiga e eu estávamos conversando e estamos com uma dúvida. Será que você pode nos ajudar?
— Sim, claro. Qual é a dúvida?
— A pergunta é a seguinte: De nós duas, qual você acha que é a mais bonita?
Fiquei pasmado. Boquiaberto. Instintivamente, olhei para ela e depois para a amiga. E olhei de novo para uma e para a outra. E de novo. Não sabia o que dizer. Fiquei sem voz.
Ela estourou em riso. E disse:
— Sabe, entre nós duas, nós achamos que o mais ridículo é você!
E saiu gargalhando para se juntar à colega, que, no outro lado da avenida, ria muito também.

quinta-feira, 16 de setembro de 2021

Velhas Árvores [Olavo Bilac]

Fonte: Internet.


VELHAS ÁRVORES

Olavo Bilac (1865-1918)

Olha estas velhas árvores, mais belas
Do que as árvores novas, mais amigas:
Tanto mais belas quanto mais antigas,
Vencedoras da idade e das procelas…

O homem, a fera, e o inseto, à sombra delas
Vivem, livres de fomes e fadigas;
E em seus galhos abrigam-se as cantigas
E os amores das aves tagarelas.

Não choremos, amigo, a mocidade!
Envelheçamos rindo! envelheçamos
Como as árvores fortes envelhecem:

Na glória da alegria e da bondade,
Agasalhando os pássaros nos ramos,
Dando sombra e consolo aos que padecem!

In: BILAC, Olavo. Poesias. São Paulo: Círculo do Livro, [S.d.]. p. 210.

quinta-feira, 26 de agosto de 2021

Filho sem pai

O cara nasceu em Marte, filho de pai venusiano e mãe uraniana. Cresceu, educou-se, trabalhou, criou, produziu, morreu...
Mas o hagiógrafo dele, especialista no resgate cultural de uranianos célebres, por ter birra e rancor ancestrais contra os venusianos, omite a existência do pai do hagiografado, como se não tivesse existido, não tivesse contribuído para aquele ser venuso-uraniano, ou urano-venusiano... ou apenas uraniano, como insistem o próprio hagiógrafo e outros.
E tudo isso, aparentemente, só por ser venusiano o pai do cara.
Talvez se trate de gestação espontânea... Quem o saberá? Dizem que a biologia uraniana é um mistério!
Mas por que uma uraniana tinha de ter um filho com um venusiano, né? Não poderia ter arranjado um uraniano para isso? Era só para conceber, para isso bastava uma rapidinha!
Ah, mas existe o amor ❤️, que rompe as barreiras interplanetárias...
Ainda bem! 😀
Mas nem todo mundo concorda com isso. 🙁

segunda-feira, 9 de agosto de 2021

Sufixo -ISMO: formador de nomes de doenças?

O sufixo -ISMO não indica doença; quem afirma isso não sabe do que está falando.
Se você não gosta de uma palavra terminada em -ISMO, você tem toda a liberdade de não a usar, é seu direito; sempre há uma alternativa a ela, um sinônimo. (Eu mesmo não gosto de uma ou outra, que não uso.)
Mas não diga que é por causa do sufixo, pois isso não tem fundamento. Dizer que -ISMO é, precipuamente, um sufixo formador de nomes de doenças é mais um exemplo de terraplanismo linguístico.
Aliás, as palavras com -ISMO que indicam doenças, males, condições genéticas etc. são poucas: bruxismo, astigmatismo, quimerismo, albinismo, raquitismo, reumatismo, por exemplo. Um médico poderá acrescentar mais uma ou outra, inclusive nomes de procedimentos médicos, como cateterismo. Mas, em sua esmagadora maioria, as palavras formadas com -ISMO não são nomes de doenças: são geralmente nomes de religiões, escolas de pensamento, sistemas filosóficos, ideias políticas, posicionamentos ideológicos, comportamentos restritos a um determinado grupo de pessoas...
Seja como for, em se tratando da linguagem, tudo é possível: há quem ache que cristianismo, capitalismo, comunismo, catecismo, budismo, islamismo, feminismo, progressismo, nudismo, anglicismo, germanismo, chinismo, caipirismo, cervejismo, churrasquismo, atletismo, corintianismo e outros ismos também são doenças... 😱

ADENDO: Fiz um teste com um dicionário de rimas on-line (usei o https://www.rhymit.com/pt/), um recurso muito útil. Digitei "catolicismo" e o programa forneceu uma lista enorme de substantivos agrupados pelo número de sílabas.
Mesmo considerando termos como "autismo", "tabagismo", "vaginismo" etc., o percentual de termos da medicina é baixo.

Confira: https://www.rhymit.com/pt/palavras-que-rimam-com-Catolicismo

Leia e curta também no WordPress.

quinta-feira, 5 de agosto de 2021

Acupuntura

ACUPUNTURA tem esse nome porque é feita com agulhas (acus, us = "agulha" em latim).
Mas, considerando-se que parece haver quem a faça com pregos, em árvores ou seja no que for, já neste caso deveria chamar-se CLAVOPUNTURA (clavus, i = "cravo, prego").
Parece que a acupuntura em plantas é criação brasileira, conforme o artigo "Acupuntura vegetal", de Evaldo Martins Leite, disponível aqui: https://smastr16.blob.core.windows.net/iflorestal/ifref/RIF4-2/RIF4-2_427-429.pdf.
Nada mais justo, pois, que demos nome novo a uma criação nova, mormente quando é de nosso povo.
Nem só de medalhas vive o Brasil.

terça-feira, 3 de agosto de 2021

Alienígenas do Passado

(Imagem encontrada na Internet.)

Na primeira vez que vi, há vários anos, no canal History, um episódio desse programa, achei-o uma piada! Cri então que ele não teria vida longa, pois era fantasioso demais, principalmente por estar sendo exibido numa TV voltada à história. Mas o que o canal History menos tem é história.
Enganei-me redondamente, pois. O programa já é exibido há mais de dez anos, e parece que não deixará de ser produzido tão cedo. Onde conseguem material para tanta baboseira?
Para quem não conhece, trata-se de um programa que explora as possíveis influências de extraterrestres na história humana. Segundo os "teóricos dos antigos astronautas", os ETs estariam controlando os humanos desde tempos imemoriais, conduzindo a história humana a seu bel-prazer, escolhendo ora este, ora aquele povo, fornecendo-lhes conhecimento, tecnologia, proteção. Pirâmides egípcias e maias, zigurates caldeus, muralha da China, moais da Ilha de Páscoa, Machu Picchu, Stonehenge, Atlântida, os gigantes citados na Bíblia, pólvora, escrita, rádio, energia nuclear, DVD, viagra... Tudo teria sido feito com tecnologia dos ETs ou sob sua influência, direção, sugestão.
Os deuses e heróis nada mais seriam que alienígenas vistos em seus trajes espaciais e suas naves reluzentes; o patriarca Enoque e o profeta Elias teriam sido levados pelos ETs em suas naves (no caso de Elias, um carro de fogo, que partiu num redemoinho).
Aliás, os hebreus parecem ter gozado da proteção de ETs: teriam saído do Egito com a ajuda deles, responsáveis pelos milagres de Moisés na corte do faraó e pela coluna de fogo que protegeu os filhos de Israel do exército do faraó e pela abertura do mar para sua passagem; até o maná que os hebreus comeram durante os 40 anos no deserto teria sido produzido por uma máquina alienígena, cujo projeto parece ter-se conservado e chegado às mãos dos "especialistas"... 🤔
O programa consiste nisto, pois: hipóteses mirabolantes sobre a possível influência de ETs na história humana. É apresentado por Giorgio Tsoukalos e sua inconfundível cabeleira, que recebem diversos autores de livros sobre os antigos astronautas e assuntos relacionados, os quais comentam o tema do episódio. O principal deles, o mais cultuado e celebrado é o suíço Erich von Däniken, que na década de 1960 deu o pontapé inicial a essa coisa toda com "Eram os deuses astronautas?". Mas Däniken, condenado e preso por fraude, além de acusado de plágio, parece ter-se "inspirado" no francês Robert Charroux (1909-1978), que publicou vários livros sobre supostas visitas de alienígenas à Terra.
Engana-se, porém, quem pensa tratar-se de um conjunto de hipóteses racistas com o fito de diminuir, menosprezar as conquistas tecnológicas de povos não europeus, pois nem mesmo a Europa teria escapado da influência dos antigos astronautas.
Exemplos? Segundo os defensores dessas hipóteses, a Armada Invencível espanhola, que em 1588 partiu para invadir a Inglaterra, teria sido desbaratada e destruída com a ajuda dos ETs, que teriam protegido os ingleses, escolhidos como os novos representantes dos interesses dos alienígenas na Terra. E a Alemanha nazista teria tido acesso a tecnologia alienígena para armas e foguetes, mas parece que os alemães não souberam aproveitar o presente, pois estariam mais interessados em exterminar gente que eles consideravam inferior. Resultado: os ETs mudaram de lado e escolheram os EUA, covencedores da II Guerra Mundial.
O resto da história todos conhecemos. Sabemos quem manda no mundo. Mas quem os controla? 😱
A mim, "Alienígenas do Passado" sempre proporcionou muito boas risadas. A criatividade dos teóricos dos antigos astronautas parece não ter fim.
É sempre uma boa pedida quando se quer desopilar o fígado. 😂🤣😂🤣😂

domingo, 1 de agosto de 2021

(Contra)factuais

— Como seria bom ter uma máquina do tempo!
— Para visitar o passado ou o futuro?
— O passado. Eu alteraria a história. Por exemplo, impediria que os pais de Cristóvão Colombo se conhecessem; assim, ele não nasceria, jamais chegaria à América e tudo seria diferente. Talvez os astecas navegassem para o oriente, descobrissem a Europa e a colonizassem. Sim, tudo seria diferente…
— Pois é… Mas e se a realidade que vivemos é que tiver sido alterada?
— Como assim?
— Simples: e se um dos últimos europeus sobreviventes da colonização da Europa pelos ameríndios, um búlgaro ou estoniano, por exemplo, tiver voltado no tempo para alterar a história, criando o mundo em que vivemos hoje?

Molho campeão

Num programa de concurso culinário na TV, uma participante é inquirida por um dos jurados: "Que prato você fez?"

Ela: "Blá blá blá etc. e tal e um molho de CHAMPION..."

Acho que ela quis dizer CHAMPIGNON.

A língua francesa já não tem o prestígio de outros tempos. (Ouvi certa vez uma aluna de Letras referir-se ao francês como "língua de veado". Não me lembro de ter captado ironia ou jocosidade em sua voz - mas já faz tempo e a memória me vai falhando...)

Não creio que todo esse povo que quer ser chef de cuisine deseje ou tenha tempo de aprender francês; é possível que os que estudam gastronomia no exterior tenham aulas em inglês... talvez mesmo na França.

Mas penso que quem quer ser chef deve pelo menos pronunciar (e grafar) os termos "técnicos" conforme o original francês. É o recomendável, aliás.

Se ela tivesse usado o vernaculíssimo termo COGUMELO, essa gafe não teria ocorrido.

Ou, por outra: "Se o Pica-Pau tivesse comunicado a Polícia..."

Por tabela

Publica-se uma lista de vários indivíduos bem conhecidos acusados de malfeitos diversos, todos eles nascidos, coincidentemente, em certo estado etiquetado como "conservador". 🤔
Então se grita: "Viva o ...!" (nome de uma região do Brasil que não citarei aqui; mas trata-se de lugar onde, segundo rezam antigas lendas coligidas no Livre Rouge, não há nenhuma pessoa má, conservadora ou reacionária, só gente progressista...). 😱 Ufa! Ainda bem!
Só rindo de tudo isso! 😂🤣😂🤣😂 Quanta ingenuidade!
É incrível como as pessoas se apegam a certas ilusões; deve ser porque elas lhes alimentam um delírio de superioridade moral.
Neste caso, uma superioridade indireta, por tabela.
Está criado o bairrismo por procuração.

Lugar de canto

Se você é cantor e nasceu em Escorrega e Lá Vai Um, não cante em estilos musicais de outros lugares.
Não cante o "caixa-prega", por exemplo, pois este ritmo é particular dos naturais de Caixa-Pregos da Curva.
Cante somente o "escorrega", ritmo consagrado da região escorreguense, pois é isso o que se espera e se requer de você: eis o que seus conterrâneos exigem — e também os não conterrâneos.
É isto o comportamento da moda hoje em dia: cada um no seu quadrado, no seu lugar de canto. 😉

terça-feira, 29 de junho de 2021

Lição vulcana

Dr. Spock interpretado por Leonard Nimoy (1931-2015)

Será que a humanidade sairá desta pandemia de covid-19 com algum aprendizado que melhore nossa vida em comunidade? Uns dizem que sim, outros que não...
Estou há 15 meses trabalhando em casa. Só saio à rua para cuidar do que é imprescindível: víveres, remédios, médico, correio, cartório, banco...
Passeio, boteco, balada, lanche, praça, praia? Nada!
(Enquanto isso, há pessoas que parecem levar a vida quase como era antes. Os trabalhadores que precisam sair de casa diariamente eu compreendo e respeito plenamente, nem os posso criticar, mas em outros casos...)
Saindo de casa, às vezes topo com alguma pessoa que, quando não me estica a mão para cumprimentar, achega-me o punho para o soquinho. Eu, por cortesia, cedo ao cumprimento, e logo pego meu dispensador* de bolso de álcool em gel.
Caramba y carambita!** Será que esse povo, em plena pandemia de um vírus tão contagioso, precisa insistir em contato físico? Parece-lhes irresistível! É difícil ficar a dois metros de distância e dizer “Oi!”, “Olá!”, “E aí?”, “Salve!”, “Saudações!”, “Saúde!” ou outra coisa qualquer? E não é por falta de cumprimentos, pois nossa língua dispõe de vários deles, sem falar nos xenismos: “Hi!”, “¡Hola!”, Ça va?”...
Por que não adotar a saudação vulcana? Basta levantar a mão espalmada na vertical, com os dedos na posição característica, e dizer “Vida longa e próspera!” Fascinante!
Mas talvez eles tenham medo de ser acusados de apropriação cultural, pois eu não sou vulcano, e não tenho visto nenhum deles por aí. Mesmo com as máscaras, aquelas sobrancelhas arqueadas e aquelas orelhas são inconfundíveis!
Vocês já devem ter percebido que não sou um cara legal... É, não sou bonzinho. Por isso, se eu pudesse dar-lhes um conselho, diria: “Se me virem por aí, fujam de mim!”

* Sou humilde e uso a forma portuguesa mesmo. “Dispenser” é para os fortes.
** Leitores de Zagor entenderão.

sexta-feira, 25 de junho de 2021

Rupia ou rúpia?


Com as notícias sobre a vacina indiana Covaxin, é certo que muita gente tem a mesma dúvida: a moeda indiana é RUPIA ou RÚPIA?
De acordo com os dicionários, ambas as palavras são corretas, mas...
RUPIA (palavra paroxítona: ru-pí-a) é o nome da unidade monetária usada na Índia, Paquistão, Nepal, Indonésia e outros países. É também nome de um tipo de ulceração de pele.
Já RÚPIA (proparoxítona: rú-pi-a), do latim "Ruppia", é o nome de um gênero de plantas da família da rupiáceas.
Corretas, pois, mas cada uma com seu uso, e com origens diferentes: hindi, grego e latim.
#Covaxin, #rupia, #coronavirus, #COVID19

terça-feira, 22 de junho de 2021

A personagem de ficção

Há quem reclame das personagens de telenovelas, dizendo que são muito "caricatas" e não se parecem com pessoas da vida real. Até julgam, por isso, que alguns atores são ruins por causa da interpretação que fazem de tais personagens. Será? 🤔
Amigues, telenovela é ficção, e ficção é invenção. Uma obra de ficção não tem obrigação nenhuma de ser fiel à realidade ou a outra(s) obra(s) de ficção.
O fato de uma telenovela ser ambientada na cidade de Escorrega e Lá Vai Um não implica que as personagens falem exatamente como os escorrega-e-lá-vai-umenses. Uma das bases da ficção é a verossimilhança.
Se desejam ver a vida real, troquem de canal e assistam a um documentário. Mas escolham com critério. Fujam dos alienígenas do passado.
Ou melhor: desliguem a TV e vão à rua para ver pessoas reais.
Mas convém esperar a pandemia acabar. E não se esqueçam das máscaras, indumentária necessária a todas as pessoas reais de hoje em dia. 😁

quinta-feira, 27 de maio de 2021

Apotegma #5

Evita defender de modo demasiadamente ostensivo alguém de teu grupo ou classe, ainda que tal pessoa tenha razão e seja digna de apoio, pois sempre haverá quem diga tratar-se de defesa apenas corporativa, principalmente se tu e o outro pertencerdes a grupo tido por privilegiado.
Em tais situações, talvez seja melhor que te cales.

terça-feira, 25 de maio de 2021

Capitalismo antifeminista

Especialista diz que a opressão da mulher começou com o capitalismo. 🤔
Considerando-se que o capitalismo — incluso aí o mercantilismo — tem pouco mais de 500 anos, então não faz tanto tempo assim. 😎 (Há quem diga que ainda não houve tempo de todas as mulheres se acostumarem. É, deve ser por isso que existe feminismo.)
Como era boa e feliz a vida das mulheres até o século XV, antes do surgimento do maldito capitalismo! Ditosos tempos aqueles... 😉
Só a Idade Média, essa era milenar tão execrada, foram 1.000 anos de plena felicidade feminina, com lençóis manchados de vermelho expostos ao público, direito de pernada, cinto de castidade e uma gravidez por ano, além de muchas otras cositas más...
Mas eu nem deveria estar comentando aqui sobre isso, afinal não sou mulher, logo não tenho "lugar de fala" que me permita tal atrevimento e audácia. Que especialistas não fiquem sabendo, então!

Apotegma #4

Não cortes os cabelos, não bebas de copos, taças ou canecas, não tenhas um gato de estimação, pois esses e outros comportamentos podem ser tidos por apropriação cultural.
Sempre pode alguém dizer que seu povo foi o primeiro a fazer tais coisas, portanto convém que tu não as faças; evitarás, assim, a exprobração pública.

Apotegma #3

Se tens dificuldade de entender uma coisa, não digas "isso é grego para mim", pois há quem o julgue ofensivo aos falantes de grego — os quais, aliás, não têm culpa de teu pouco entendimento. 😉

domingo, 23 de maio de 2021

Apotegma #2

Se estudaste em escola pública, todos os teus deslizes gramaticais estão perdoados.
Mas tão somente nesse caso.

Circum-navegação

Li a notícia de que Rodrigo Santoro participará de uma série de TV em que interpretará o papel principal: Fernando Magallanes. 🤔
Fica provado que o(a) jornalista faltou às aulas de história, pois não sabe quem foi Fernão de Magalhães... 😱
Normal.

sábado, 22 de maio de 2021

Eixo do Mal

Tive um sonho (ou pesadelo) muito estranho, que me deixou pensativo.
Sonhei que eu estava deitado numa rede, e por um rádio velho eu ouvia as últimas notícias sobre a Segunda Guerra Mundial.
Estávamos em plena guerra, e o rádio trazia informes sobre o avanço das tropas, territórios tomados e perdidos, mortos e feridos, navios afundados e submarinos extraviados, bombardeios, aviões abatidos...
E o Brasil não era mero figurante: tínhamos entrado para valer na guerra e estávamos metidos nela até o pescoço. O conflito havia chegado à América do Sul; nossas tropas lutavam dos dois lados do Atlântico e até no Pacífico. Toda a nação estava envolvida no esforço de guerra. Vivíamos sob estado de sítio.
De repente, a programação do rádio foi interrompida para o pronunciamento de Sua Majestade Imperial! 😱 
O Brasil ainda era monarquia, e o monarca de plantão era o imperador Pedro III.
Mas isso não era o pior: adivinhem em qual dos lados da guerra o Brasil estava...

Apotegma #1

Evita recriminar alguém de fora de tua cidade ou região, pois, ainda que tenhas razão em tua crítica, sempre haverá quem te acuse de xenofobia.

segunda-feira, 5 de abril de 2021

Imperativo terraplanista

Qualquer gramática ensina (e a escola também) que o modo verbal IMPERATIVO expressa não apenas ordem, mas também pedido, desejo, súplica, conselho, convite, sugestão, recomendação, solicitação, orientação, alerta ou aviso, em construção afirmativa ou negativa. O sentido de uma forma verbal — como o de qualquer palavra de qualquer língua — sempre depende do contexto em que se insere. Não há língua sem fala, e não há fala sem contexto.

Mas vivemos em tempos confusos, e agora as redes sociais exigem que tomemos cuidado ao usar uma forma verbal imperativa — seja qual for o contexto! —, pois já há quem reclame quando alguém usa um verbo no imperativo, alegando que não gosta de topar com "ordens"...

Pois é: essas pessoas acham que formas do imperativo expressam apenas e sempre ORDEM!

Eis mais um exemplo do terraplanismo linguístico que se alastra cada vez mais veloz.

sábado, 6 de fevereiro de 2021

Lágrimas

As lágrimas do artista durante o processo de criação não aparecem (ou mal se veem) em sua obra.
Desenho de Klaus Pitter.

segunda-feira, 11 de janeiro de 2021

Traços de quê?!

E, ao escolher qualquer um dos outros sabores, a gente lê a etiqueta e encontra o aviso:
“Alérgicos: pode conter traços de cocô.


 

Santarém (PA), 10 de janeiro de 2021.
Leia e curta também no Wordpress.

sábado, 2 de janeiro de 2021

Muçarela, muzarela, mozarela


Esta é a primeira vez que compro MUÇARELA e vejo o nome desse queijo corretamente escrito na embalagem: com Ç!
Inacreditável!
Não hesitei em registrar para a posteridade tal fato histórico; só não entendi esse “À la Falcão”, que deve ser o nome da marca.
Mas a marca não importa, desde que a MUÇARELA seja de boa qualidade e o nome esteja grafado conforme as normas ortográficas: com cê cedilhado (Ç).
P.S.: Existem também as formas MOZARELA e MUZARELA, mas a pronúncia delas é evidentemente distinta.

Santarém (PA), 1° de janeiro de 2021.

Leia e curta também no WordPress.