sábado, 29 de abril de 2023

Encourado

Nunca li "Grande Sertão: Veredas" de Guimarães Rosa. (Não li também vários outros livros que já deveria ter lido, mas este eu cito por um motivo especial.)
Fala-se tanto desse livro, "opus magnum" de seu autor, que se criou em mim um grande receio dele. Lembro-me de que alguém chegou a dizer que para adentrar o "Grande Sertão" é preciso estar bem preparado, bem ENCOURADO.
Não o li até hoje porque temo lê-lo, não entender nada dele e me sentir burro. 
Assim, entre a expectativa e a realidade de ler o livro e me sentir burro, fiquei apenas na expectativa.
Por enquanto. O tempo dirá até quando.

Desuniversidade

Universidade brasileira é acerbamente criticada (onde? nas redes sociais, é claro!) por proposta de criar centro de pesquisa em outra região do país.
Dizem seus detratores que a instituição deveria pesquisar apenas em seu estado de origem. Ah, tá.
Enquanto isso, a mesma universidade assina acordo com centro de pesquisa de um país africano para colaboração na  formação de docentes. E o povo desse país parece não ter preconceitos quanto a trabalhar com instituições de outras regiões ou países.
Assim caminha a brasilidade.

sexta-feira, 28 de abril de 2023

Indústria das multas?

Há alguns dias, viajando no ônibus da universidade, em 5 minutos vi dois motoristas trafegando com seus carros na contramão para cortar caminho. Um deles, inclusive, dentro do campus!
É esse o tipo de gente que, ao ser multada, reclama da indústria das multas, clamando com desfaçatez que o Estado, antes de multar, deve ensinar e orientar...
Ensinar? Orientar? Como assim? Esse povo não teve aulas de direção antes de receber sua carteira de habilitação para dirigir? 🤔
Indústria das multas? Qual! Quero mais é que sejam multados mesmo! Passem o lápis nesses folgados! Multem sem dó esses caras de pau!
Maus motoristas são responsáveis por muitos acidentes de trânsito, inclusive fatais — e às vezes isso se dá num instantezinho ao seguir na contramão por meio quarteirão...

quinta-feira, 27 de abril de 2023

Pós-peixada

Voltando ao trabalho depois do almoço, passo em frente a uma churrascaria que monta suas churrasqueiras na calçada para assar peixes na grelha: tambaqui, tucunaré, curimatá, talvez jaraqui.
O lugar está vazio. O peixe foi todo vendido, o fogo já se apagou, as brasas do carvão se esfriam. O churrasqueiro, agora, talvez esteja desfrutando de sua porção, se já não estiver curtindo o pós-almoço numa rede, assim como os clientes após a peixada.
Marasmo.
Mas, num canto, um cliente retardatário aproveita a solidão do lugar e saboreia o que lhe cabe: é um gato, que lambe tranquilamente as grelhas vazias...