segunda-feira, 18 de fevereiro de 2019

#JornalNacional

A Rede Globbels é realmente adorada, amada por todo o Brasil. É o verdadeiro e único filtro de nossa vida social e cultural popular.
Por causa dela as pessoas até mesmo se esquecem de que existem outras redes de TV.
Querem prova?
Adriana Couto, negra, coapresenta há um bom tempo o programa Metrópolis da TV Cultura; na mesma emissora, o Jornal da Cultura é apresentado por Joyce Ribeiro, também negra, que já apresentou telejornais na TV Record e no SBT e em 2018 foi a primeira mulher negra a mediar um debate de candidatos a presidente (transmissão conjunta da TV Cultura e TV Aparecida).
Sem falar em Aline Midlej, também negra, que veio da TV Bandeirantes e apresenta telejornais na Globo News, ocupando a tela várias horas diariamente. (A Globo News, porém, é fechada, restrita a assinantes.)
Onde então repercussão, a comemoração pelo protagonismo dessas jornalistas negras?
É que as pessoas só prestam atenção a alguém, seja negro, branco etc., se aparece na TV Globo (aberta). Então o povo reverbera, repercute, replica cegamente o fato como novidade (na verdade, parcial). Foi assim com o "beijo gay" e outras "inovações": uma coisa ou pessoa só existe -- televisionalmente falando! -- se na tela da TV Globo.
Nada contra a jornalista Maria Júlia Coutinho -- que também veio da TV Cultura de SP (mas quem sabe ou se lembra disso? Não há passado nem futuro fora da Rede Globo.). Parabéns a ela pela estreia no Jornal Nacional.
Mas é lamentável que, fora da TV Globo, as pessoas, os profissionais sejam invisíveis... O que não está na Globo não existe.
#JN