terça-feira, 26 de outubro de 2021
Produto de exportação
domingo, 24 de outubro de 2021
Lollapalooza de velha
México lindo!
Apotegma #8
sexta-feira, 22 de outubro de 2021
Homo brasiliensis
Eu antes me espantava, mas hoje apenas lamento que tantas pessoas, inclusive com curso superior, estejam perdendo a capacidade de identificar metáforas, alegorias e outras figuras de linguagem e interpretem tudo ao pé da letra, ou seja, literalmente.
Já não se podem dizer coisas como “matando cachorro a grito”, “subindo pelas paredes”, “de vento em popa”, “fulano com fome vira bicho”, que logo alguém critica a violência contra os caninos, avisa do perigo de escalar muros, aponta a Era das Navegações como uma desgraça da humanidade, diz que é preconceito contra os animais etc.
Se alguém, para destacar as idiossincrasias do povo brasileiro, refere-se a ele como “Homo brasiliensis”, não demora muito vem um especialista acadêmico, com grau no dedo e doutorado na parede, a dizer que “assim não pode, assim não dá, assim não é possível, pois os brasileiros não são um grupo com característicos que o constituam uma espécie a parte da humanidade”…
Jura?
No ritmo em que vamos, arribaremos sem muito tardar ao fim do mundo… ou da metáfora!
Santarém (PA), 21/10/2021.
Prêmio merecido
Algumas pessoas têm tamanha autoestima e se acham tão competentes naquilo que fazem, que acham natural e de direito criticar um prêmio por não terem sido indicadas a ele. Não coram nem ficam constrangidas! 😱 Haja troféus para tanta gente que se acha merecedora deles!
Parece que isso virou moda, portanto não estarei fora do senso comum se criticar o Nobel de Literatura por ainda não me ter premiado. O que estão esperando?
Aliás, também não aceito não ter sido ainda eleito para a Academia Brasileira de Letras. Garanto que não faria feio ao colaborar com Evanildo Bechara no Vocabulário Ortográfico da Língua Portuguesa.
Fico aguardando o telegrama. 😉 E não se esqueçam da minha Caloi… digo, daquela parte chamada pecúnia!
terça-feira, 5 de outubro de 2021
Revisão Final
No Dia do Juízo Final, Armagedom, Ragnarok — ou seja lá que nome se lhe dê — as armas serão as letras do alfabeto, e dar-se-á a contenda entre aqueles que usam indiscriminadamente as iniciais maiúsculas e os que não as usam de jeito nenhum.
Os revisores de textos assistirão ao evento em camarote, comendo pipocas ou canapés e sorvendo uma geladinha. Conforme a língua em questão, cachaça, vodca, gim, uísque, bagaceira e outros espiritos casarão bem com a ocasião.
(Felizes os revisores árabes e judeus, que não têm esse problema...)
Ao fim e ao cabo, seja qual for o resultado... revisaremos tudo!
Qual é a mais...?
Eu era o único ali à porta da escola. Após algum tempo, chegaram duas garotas, mais ou menos da minha idade, que eu conhecia de vista, pois estudavam ali também no mesmo turno. Não me lembro dos nomes delas, mas tínhamos colegas em comum. Eram bonitas, atraentes, como várias outras da escola e da vizinhança.
Elas se sentaram num banco do outro lado da avenida. Olhavam para mim e conversavam, riam. A piada parecia ser boa…
Uma delas se levantou e atravessou a avenida. Veio até mim.
— Oi! Você é o Júlio, né?
(Sabia meu nome! Inacreditável…)
— Sim, meu nome é Júlio — respondi meio surpreso e quase gaguejando.
— Então, Júlio, minha amiga e eu estávamos conversando e estamos com uma dúvida. Será que você pode nos ajudar?
— Sim, claro. Qual é a dúvida?
— A pergunta é a seguinte: De nós duas, qual você acha que é a mais bonita?
Fiquei pasmado. Boquiaberto. Instintivamente, olhei para ela e depois para a amiga. E olhei de novo para uma e para a outra. E de novo. Não sabia o que dizer. Fiquei sem voz.
Ela estourou em riso. E disse:
— Sabe, entre nós duas, nós achamos que o mais ridículo é você!
E saiu gargalhando para se juntar à colega, que, no outro lado da avenida, ria muito também.