terça-feira, 29 de junho de 2021

Lição vulcana

Dr. Spock interpretado por Leonard Nimoy (1931-2015)

Será que a humanidade sairá desta pandemia de covid-19 com algum aprendizado que melhore nossa vida em comunidade? Uns dizem que sim, outros que não...
Estou há 15 meses trabalhando em casa. Só saio à rua para cuidar do que é imprescindível: víveres, remédios, médico, correio, cartório, banco...
Passeio, boteco, balada, lanche, praça, praia? Nada!
(Enquanto isso, há pessoas que parecem levar a vida quase como era antes. Os trabalhadores que precisam sair de casa diariamente eu compreendo e respeito plenamente, nem os posso criticar, mas em outros casos...)
Saindo de casa, às vezes topo com alguma pessoa que, quando não me estica a mão para cumprimentar, achega-me o punho para o soquinho. Eu, por cortesia, cedo ao cumprimento, e logo pego meu dispensador* de bolso de álcool em gel.
Caramba y carambita!** Será que esse povo, em plena pandemia de um vírus tão contagioso, precisa insistir em contato físico? Parece-lhes irresistível! É difícil ficar a dois metros de distância e dizer “Oi!”, “Olá!”, “E aí?”, “Salve!”, “Saudações!”, “Saúde!” ou outra coisa qualquer? E não é por falta de cumprimentos, pois nossa língua dispõe de vários deles, sem falar nos xenismos: “Hi!”, “¡Hola!”, Ça va?”...
Por que não adotar a saudação vulcana? Basta levantar a mão espalmada na vertical, com os dedos na posição característica, e dizer “Vida longa e próspera!” Fascinante!
Mas talvez eles tenham medo de ser acusados de apropriação cultural, pois eu não sou vulcano, e não tenho visto nenhum deles por aí. Mesmo com as máscaras, aquelas sobrancelhas arqueadas e aquelas orelhas são inconfundíveis!
Vocês já devem ter percebido que não sou um cara legal... É, não sou bonzinho. Por isso, se eu pudesse dar-lhes um conselho, diria: “Se me virem por aí, fujam de mim!”

* Sou humilde e uso a forma portuguesa mesmo. “Dispenser” é para os fortes.
** Leitores de Zagor entenderão.

sexta-feira, 25 de junho de 2021

Rupia ou rúpia?


Com as notícias sobre a vacina indiana Covaxin, é certo que muita gente tem a mesma dúvida: a moeda indiana é RUPIA ou RÚPIA?
De acordo com os dicionários, ambas as palavras são corretas, mas...
RUPIA (palavra paroxítona: ru-pí-a) é o nome da unidade monetária usada na Índia, Paquistão, Nepal, Indonésia e outros países. É também nome de um tipo de ulceração de pele.
Já RÚPIA (proparoxítona: rú-pi-a), do latim "Ruppia", é o nome de um gênero de plantas da família da rupiáceas.
Corretas, pois, mas cada uma com seu uso, e com origens diferentes: hindi, grego e latim.
#Covaxin, #rupia, #coronavirus, #COVID19

terça-feira, 22 de junho de 2021

A personagem de ficção

Há quem reclame das personagens de telenovelas, dizendo que são muito "caricatas" e não se parecem com pessoas da vida real. Até julgam, por isso, que alguns atores são ruins por causa da interpretação que fazem de tais personagens. Será? 🤔
Amigues, telenovela é ficção, e ficção é invenção. Uma obra de ficção não tem obrigação nenhuma de ser fiel à realidade ou a outra(s) obra(s) de ficção.
O fato de uma telenovela ser ambientada na cidade de Escorrega e Lá Vai Um não implica que as personagens falem exatamente como os escorrega-e-lá-vai-umenses. Uma das bases da ficção é a verossimilhança.
Se desejam ver a vida real, troquem de canal e assistam a um documentário. Mas escolham com critério. Fujam dos alienígenas do passado.
Ou melhor: desliguem a TV e vão à rua para ver pessoas reais.
Mas convém esperar a pandemia acabar. E não se esqueçam das máscaras, indumentária necessária a todas as pessoas reais de hoje em dia. 😁