segunda-feira, 26 de fevereiro de 2024

FUVEST

Em certo estado brasileiro, o governo estadual recepcionou festivamente em palácio e felicitou estudantes dali que foram aprovados no vestibular da Universidade de São Paulo (USP), que é instituição estadual, não federal. (Guardem esta informação.)

Enquanto isso, universidades (inclusive federais) de vários estados instituem normas para dificultar a aprovação de estudantes de outros estados em seus vestibulares.

Que desfaçatez!

Em meu curso eu tive colegas de vários estados. Lembro-me de um colega acriano que contou sua epopeia de uma semana de viagem de ônibus para fazer a habilitação e a matrícula.

Havia lá muitos alunos estrangeiros também. Conheci gente do Gabão, Angola, Costa do Marfim, Mauritânia, Paraguai, Peru, Rússia, China, Alemanha, Japão. Até uns ianques apareciam por lá às vezes — não sei por quê, já que eles se gabam de ter as melhores universidades do mundo. O que poderiam aprender lá, já que eles produzem "o conhecimento" e não têm mais onde enfiar seus prêmios Nobel? 🤔

Nunca soube que a instituição em que me formei rejeitasse alunos de onde quer que viessem.

Comprazo-me nisso.

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segunda-feira, 19 de fevereiro de 2024

Nobel da Paz... Que Paz?

Em comparação com os prêmios das demais categorias, o prêmio Nobel da Paz é bem mais fácil de ser conquistado, além de ser bem mais vantajoso.
Os demais prêmios (Física, Química, Medicina/Fisiologia, Literatura e Economia) premiam carreiras: os laureados são pessoas quase sempre de meia-idade ou mais velhas, já com carreiras consolidadas, que trabalham e pesquisam em suas áreas há muito tempo; não são pesquisadores recém-saídos da pós-graduação nem autores de primeiro romance. O mesmo se diga de prêmios literários respeitados como o Camões, o Príncipe de Astúrias...
Já o Nobel da Paz premia momentos, não carreiras. Depois de receber o "caneco", o premiado pode fazer o que quiser, pois nada do que faça riscará seu nome da história nem lhe tomará o prêmio.
Eu poderia dar aqui o exemplo de Barack Obama, que com menos de um ano de governo foi laureado com o Nobel da Paz em 2009 (por que exatamente?), tendo depois tempo de sobra para mandar bombardear aqui e acolá, continuando as ações militares dos EUA e sendo responsável por milhares de mortes.
Nem falarei do ganhador do Nobel da Paz de 1973, Henry Kissinger, político ianque e criminoso que deu apoio a vários golpes de estado, ditaduras e genocídios.
Prefiro um exemplo mais recente e ainda atual: o ganhador do Nobel da Paz de 2019 é o primeiro-ministro da Etiópia, Abiy Ahmed, que ainda está no governo. O motivo: acordo de paz com a Eritreia, país que fez parte da Etiópia até 1991.
Agora o primeiro-ministro premiado e ex-badalado comanda as tropas federais etíopes contra rebeldes da província de Tigré, com direito a bombardeios, milhares de mortos, deslocamento de milhões de pessoas e denúncias de genocídio contra a população insurgente.
Nada como um extermínio de rebeldes para completar a "capivara" de um ganhador desse conspurcado Prêmio Nobel da Paz!

quarta-feira, 14 de fevereiro de 2024

Apotegma #18

É preferível uma pobreza limpa a uma riqueza suja.

Busologia #4

(Imagem: Internet.)


O ônibus intercâmpus da universidade permite, às vezes, ver tipos humanos um tanto (ou nem tanto) peculiares.
Hoje se sentou ao meu lado um cara muito magro; mas eu, que sou gordo, não ocupo o espaço que ele ocupava no banco. Espalhou-se por seu espaço e invadiu o meu. Inacreditável!
Não o recriminemos, porém.
O modo como escanchou em V as pernas permite supor que ele talvez tenha alguma condição anatômica congênita rara que o impede de fechá-las...
Cada um cuide de sua bagagem!

domingo, 11 de fevereiro de 2024

Cereja do bolo

(Foto: Internet.)

— ... E então, Mestre, ele terminou dizendo que ele é a cereja do bolo. O que dizes sobre isso, ó Grande Sábio?
— Até mesmo um amontoado enformado de substância orgânica excretada pode ser enfeitado com supostas frutas, meu Pequeno Gafanhoto.
— Não sei se entendi bem, Mestre...
— Só se for um bolo de merda!

sábado, 10 de fevereiro de 2024

Pós-metáfora

Vivemos, sem dúvida, a era da pós-metáfora: tudo se lê e se interpreta literalmente, sem noção ou percepção de figuras de linguagem.

E, ao contrário do que pensa muita gente, isso é uma faca de dois gumes: longe de atingir ou beneficiar apenas os negacionistas de sempre, corta à direita e à esquerda.

A enunciação do discurso torna-se cada vez mais difícil, pois é preciso ter muito controle sobre o que se diz para não deixar espaço a interpretações enviesadas e indesejadas. Fica praticamente impossível evitar deturpações, cortes, adulterações, montagens.

Os tempos de hoje requerem muito mais objetividade. Tome-se cuidado, portanto, ao dizer que algo ou alguém precisa ser destruído.

Um time derrotado por 4x0 na final de um torneio de futebol foi destruído pelo oponente? O contexto esportivo permite dizer isso sem grandes problemas além da incitação da rivalidade entre clubes. Já em outros contextos...

O problema de falar dentro de uma bolha é que, muitas vezes, a bolha explode e o conteúdo dela vaza. Aquilo que dentro da bolha é bom e cheiroso, pode ser mostrado fora dela como horrível, podre, fétido, e quem vê isto não consegue entrever a realidade.

A boiada pode não saber para onde está indo, mas o boiadeiro sabe muito bem para onde a está conduzindo.

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quinta-feira, 8 de fevereiro de 2024

Igreja Ludmillal do Meu Deus

(Imagem: Internet.)

A cantora #Ludmilla declarou recentemente: "Comprei uma igreja para o meu deus". A chefe do culto será uma pastora amiga dela.
Que picaretagem! Com toda essa isenção de impostos é muito fácil... Até eu montaria uma igreja e ficaria rico recolhendo dízimo.
Aliás, tenho algum conhecimento da Bíblia, tanto da versão protestante quanto da católica romana (esta tem sete livros e alguns trechos a mais).
Se eu ficasse um mês inteiro imerso na leitura e estudo da Bíblia, logo estaria em pé de igualdade com muitos pastores e poderia até comandar uma igreja evangélica.
Estamos perdidos! Vem logo, meteoro — digo, Senhor Jesus!
[Ou ETs, ou quem quer que vocês queiram que volte para dar um jeito nesta bagaça sem futuro...]

terça-feira, 6 de fevereiro de 2024

Franz Kafka cancelado?

Quem diria?! Até ele?! Esses canceladores já estão indo longe demais!

Pessoal, aproveite para ler a obra de Franz Kafka enquanto é possível; se o cancelamento pegar mesmo, as editoras deixarão de publicá-lo, os tradutores deixarão de traduzi-lo, e a obra dele ficará cada vez menos acessível, e quem tiver seus livros não se desfará deles de jeito nenhum. Tornar-se-ão raridades valiosíssimas.

Mas não ficaremos sem ter o que ler. As livrarias estão abarrotadas de livros novinhos em folha de autores bonzinhos e politicamente corretos, que dizem exatamente aquilo que os formadores de opinião e os influenciadores atuais (e seus influenciados) querem ouvir. Nada do que eles dizem é cancelável... pelo menos por enquanto.

A qualidade desses novos autores talvez deixe a desejar, pois nenhum deles é um #Kafka, mas não se pode querer tudo.

Mas pelo menos teremos o que ler. 😀

P.S.: Ei, você aí! Você mesmo, que me levou emprestado um Kafka há um tempão e nunca devolveu. Faça-me o favor de devolvê-lo o mais rápido possível!

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