sexta-feira, 24 de março de 2023

De medicina sinica

 

(Foto: Wikipédia.)


Matéria na Folha de S. Paulo de hoje, a respeito de pesquisa sobre o DNA do jumento ou asno (Equus africanos asinus), também conhecido como burro, jegue ou jerico, diz também que crescem a criação e o abate de jumentos, de forma legal ou não, para fornecimento de couro, que é usado para fazer uma gelatina usada na medicina tradicional chinesa.
Hummmm…
Um dos motivos para a caça aos rinocerontes, causa da extinção de algumas de suas espécies e ameaça constante às sobreviventes, é a procura por seus chifres, usados na medicina tradicional chinesa.
A saiga (Saiga tatarica), uma espécie de antílope da Ásia Central, teve sua população muito reduzida nas últimas décadas devido à procura por seus chifres, usados na… Adivinharam: medicina tradicional chinesa!
Já que tanto se critica a medicina ocidental por sua suposta falta de humanidade; já que tanto se atacam os testes feitos com animais; já que tanta gente vive dizendo que é hora de falar disso, falar daquilo, falar daquilo outro… creio que devemos começar a falar também dos impactos ecológicos da medicina tradicional chinesa…
Ou será que a liberdade de expressão e o direito à crítica, tão louvados no mundo ocidental, servem apenas para atacar a nós mesmos, como se fôssemos a causa dos males do mundo, enquanto toda e qualquer prática “não ocidental” é tida como imune a críticas?

https://www1.folha.uol.com.br/ciencia/2023/03/finalmente-a-arvore-genealogica-do-jumento.shtml

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Café com leite?

(Foto: Internet.)


Faz algum tempo que tenho reduzido meu consumo de leite, e isto se dá mais pelas denúncias de adulteração do leite por seus produtores do que por outros motivos. Às vezes ainda ponho um pouco de leite no café (adoro café bem forte, puro ou com leite), mas passei a fazer isto apenas em minha casa: depois do que se tem visto nos últimos tempos, não quero ser tomado por supremacista "branKKKo" ao ser visto bebendo leite em público.
Mas agora a coisa se complicou: estão dizendo por aí que beber café também está sendo considerado um ato racista, pois o café foi "criado por negros para negros" (o café é originário da Etiópia), e depois os "branKKKos se apropriaram dele e o inseriram na lógica do capitalismo".
Parece que alguém lançou nos States essa ideia de considerar racista o beber café, e rapidinho ela chegou aqui. Não é de espantar ninguém: nossa submissão aos ianques e nossa imitação de tudo o que rola na Gringolândia são totais.
Propõe-se até boicote ao café e às cafeterias. É sério isso ou se trata de mais uma piada para conseguir "biscoitos" na Internet?
Pensando bem, um branco chamado Lineu deu ao café um nome equivocado: "Coffea arabica". Não deveria ser "Coffea ethiopica"? 🤔
Se querem achar em quem pôr a culpa disso, culpem os árabes, que levaram o café da Etiópia para difundi-lo em seu império, e depois os turcos, que o espalharam em seus domínios e mais além.
Conta-se que, quando os turcos tentaram conquistar Viena, algumas sacas de café caíram em poder dos defensores da cidade, que o experimentaram e adoraram! Se os turcos não tivessem tentado conquistar a Europa Central... os europeus e suas ex-colônias talvez ainda estivessem bebendo vinho com água quente de manhã. 😋
Acho que vou parar de beber café também. Não quero ser tido por racista. Há até quem me considere um autêntico "louro alto tipo nórdico" (?!), mas ser considerado supremacista "branKKKo" já é demais... E só por causa de um cafezinho!
E, antes que alguém toque no assunto, informo que já faz mais de um ano que não tomo açaí, pois não quero ser acusado de apropriação gastronômica da principal iguaria amazônica.
Sigam meu conselho: açaí só para os paraenses!

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domingo, 12 de março de 2023

Da Baleia ao Rei do Crime

Estão dizendo que o filme "A Baleia" (The Whale, EUA, 2022), dirigido por Darren Aronofsky e estrelado por Brandon Fraser, é gordofóbico, pois mostra a personagem principal de forma negativa. Será?
Não sei dizer, pois ainda não vi o filme. Mas, a julgar por comentários e resenhas que li, tais críticas não têm fundamento e resultam da visão equivocada de que pessoas pertencentes a grupos minoritários são essencialmente boas. É a nova versão do mito do bom selvagem.
O filme mostra um homem obeso, que sofre pelo peso excessivo; mas, como todo ser humano, ele é uma pessoa com suas facetas positivas e negativas, além das inevitáveis idiossincrasias que cada um tem. O que há de anormal nisso? Isso é motivo para que o filme seja considerado gordofóbico?
Ninguém é necessariamente bom por ser gordo, negro, mulher, LGBT etc., nem mau por ser magro, branco, homem, hétero...
Mas... E o tal Rei do Crime?
Wilson Fisk, conhecido como Rei do Crime (nome original: "Kingpin") é uma personagem das histórias em quadrinhos da Marvel Comics. É um homem careca e muito gordo, imenso como um lutador de sumô, o que não o impede de ser extremamente forte e ágil; alia-se a isto sua grande inteligência, com que controla o crime na cidade de Nova Iorque. Costuma ser combatido por Homem-Aranha, Justiceiro e Demolidor, este o seu maior inimigo. O embate do criminoso Wilson "Rei do Crime" Fisk contra o Demolidor rendeu uma série de HQs na década de 1980: "A Queda de Murdock", escrita e desenhada por Frank Miller e tida como um clássico do gênero.
Aguardemos os próximos filmes da Marvel para ver se aparecerá em algum deles o Rei do Crime.
Se ele aparecer, e se não for toscamente emagrecido por qualquer motivo, com certeza poderá haver duas formas de recepção negativa à constituição dessa personagem no filme (por quem não a conhece, obviamente): ou se reclamará de que o vilão é gordo (pois, afinal, um gordo não pode ser mau), ou se justificará seu comportamento criminoso como uma reação natural e compreensível à opressão social que sofre por ser gordo.
A ver.
Beijo do gordo!


sábado, 4 de março de 2023

Família real

(Imagem: www.emojiterra.com.br.)

Numa TV "news", a jornalista anuncia: "Clima tenso na família real".
Pensei: Qual família real? A japonesa? A tailandesa? Seria a do Brunei ou a do Lesoto?
E ela completa: "O príncipe Harry..."
Ah! Mas é claro! Por que eu estava em dúvida? Que idiota sou eu!
Não podia tratar-se de outra família real senão da família real britânica, A FAMÍLIA REAL.
Quando não se acrescenta nada à locução FAMÍLIA REAL, é claro que se trata do velho garoto Charlinho III com toda a sua prole e parentela, os reis de todos nós…
Ocorre o mesmo com o presidente dos Estados Unidos: quando se diz “o presidente Bush”, “o presidente Trump”, o presidente Biden” já se sabe de quem se está falando, não sendo preciso acrescentar mais nada. Ele também preside a todos nós.
Nada novo sob o Sol. Já vivemos sob o tacão do faraó, do xá, do tirano, do basileu, do imperador, do califa, do sultão, do emir, do paxá, do czar, do Kaiser, do Führer, do duce, do marajá, do micado, do generalíssimo… enquanto testemunhávamos, dos escombros de um império, o erguer-se de outro.
Há quem diga que o próximo império será o do WANG...

quinta-feira, 2 de março de 2023

Coxinha


Sempre gostei de coxinhas. Gosto não apenas das mais comuns e tradicionais — com recheio de frango desfiado, é claro —, mas também da coxinha "original", conhecida hoje em alguns lugares como coxa-creme: uma coxa de frango cozida, envolvida em massa de coxinha e frita. Uma delícia! Se algum dia puderem, experimentem-na. (Na cidade de São Paulo, sugiro a padaria Santa Teresa, na praça João Mendes, atrás da Catedral da Sé.)
Mas descobri que, além de devorador de coxinhas, também sou um "coxinha". Eis aí: um conhecido youtuber cabeludo e barbudo disse que jamais cortaria os cabelos nem rasparia a barba para não se transformar num... "coxinha"!
Hmmmmm... Não preciso definir o termo "coxinha", pois todo mundo sabe o que é um "coxinha".
Barbeio-me duas vezes por semana e nunca tive bigode; meus cabelos estão compridos por pura preguiça minha de ir ao barbeiro. (Desde que a pandemia começou, cortei os cabelos apenas uma vez, há um ano e meio.) Mantenho-os amarrados com elástico (rabo de cavalo); sou cabeludo — no momento — apenas de perfil ou visto de trás.
Sem barba nem bigode e cabeludo ocasional... sou "coxinha", então. Taí!
Portanto, se vocês não querem ser confundidos com "coxinhas", joguem fora os barbeadores e as tesouras, as navalhas e os raspadores, pois parece que o nível de coxinhice ou coxinhismo de um homem é inversamente proporcional ao comprimento de seus cabelos e barba.
Será que há mesmo alguma base para dizer que alguém é ou não "coxinha" por ser cabeludo ou careca, barbudo ou imberbe?
Seja como for, parece que num dos lados da linha temos Jesus Cristo, Rasputin e Charles Manson, e no outro... Bruce Willis, Jorge Lafond e Dráusio Varela!