quarta-feira, 10 de fevereiro de 2016

Pílulas de inglês

Não se deixe influenciar por propagandas enganosas de escolas de inglês ou outros idiomas: se você está lendo isto e não fala outra língua além do português, você até poderá aprender outras línguas, mas não aprenderá nenhuma delas da mesma forma por que aprendeu o português.

Por quê?

Porque, quando somos expostos, após o nascimento, à língua materna (no nosso caso, o português), desenvolvemos também, concomitantemente, a linguagem e formamos nosso aparelho fonador (o conjunto de órgãos envolvidos na fala, incluindo-se o cérebro, obviamente).

A linguagem é uma faculdade inata do ser humano, mas não se desenvolve (ou não é adquirida) sem que a criança esteja exposta a uma ou mais línguas, pois a exposição à(s) língua(s), desde os primeiros dias após o nascimento, é que ativa os mecanismos psicofísicos da linguagem.

Ao sairmos da infância, nosso aparelho fonador já está formado e ajustado à(s) nossa(s) língua(s) materna(s); depois disso, ao aprendermos outra(s) língua(s), nosso cérebro tenta ajustar, “casar” os fonemas e a gramática da(s) nova(s) línguas àquilo que já temos na mente. É o que gera o sotaque de língua estrangeira – quanto aos aspectos fonético-fonológicos, é claro.

Por isso a melhor idade para aprender línguas é a infância; depois dessa idade, dificuldades e sotaque são inevitáveis – a não ser que se trate de um dos Super-Humanos de Stan Lee ou um(a) Language Boy ou Girl da Legião dos Super-Heróis.

É claro que um adulto pode aprender línguas estrangeiras, variando a velocidade e facilidade de aprendizado, assim como a agilidade na(s) nova(s) língua(s), de acordo com vários fatores, tanto pessoais quanto externos; mas jamais poderemos aprender novas línguas, depois da infância, como se crianças ainda fôssemos.

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