domingo, 12 de março de 2023

Da Baleia ao Rei do Crime

Estão dizendo que o filme "A Baleia" (The Whale, EUA, 2022), dirigido por Darren Aronofsky e estrelado por Brandon Fraser, é gordofóbico, pois mostra a personagem principal de forma negativa. Será?
Não sei dizer, pois ainda não vi o filme. Mas, a julgar por comentários e resenhas que li, tais críticas não têm fundamento e resultam da visão equivocada de que pessoas pertencentes a grupos minoritários são essencialmente boas. É a nova versão do mito do bom selvagem.
O filme mostra um homem obeso, que sofre pelo peso excessivo; mas, como todo ser humano, ele é uma pessoa com suas facetas positivas e negativas, além das inevitáveis idiossincrasias que cada um tem. O que há de anormal nisso? Isso é motivo para que o filme seja considerado gordofóbico?
Ninguém é necessariamente bom por ser gordo, negro, mulher, LGBT etc., nem mau por ser magro, branco, homem, hétero...
Mas... E o tal Rei do Crime?
Wilson Fisk, conhecido como Rei do Crime (nome original: "Kingpin") é uma personagem das histórias em quadrinhos da Marvel Comics. É um homem careca e muito gordo, imenso como um lutador de sumô, o que não o impede de ser extremamente forte e ágil; alia-se a isto sua grande inteligência, com que controla o crime na cidade de Nova Iorque. Costuma ser combatido por Homem-Aranha, Justiceiro e Demolidor, este o seu maior inimigo. O embate do criminoso Wilson "Rei do Crime" Fisk contra o Demolidor rendeu uma série de HQs na década de 1980: "A Queda de Murdock", escrita e desenhada por Frank Miller e tida como um clássico do gênero.
Aguardemos os próximos filmes da Marvel para ver se aparecerá em algum deles o Rei do Crime.
Se ele aparecer, e se não for toscamente emagrecido por qualquer motivo, com certeza poderá haver duas formas de recepção negativa à constituição dessa personagem no filme (por quem não a conhece, obviamente): ou se reclamará de que o vilão é gordo (pois, afinal, um gordo não pode ser mau), ou se justificará seu comportamento criminoso como uma reação natural e compreensível à opressão social que sofre por ser gordo.
A ver.
Beijo do gordo!


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