terça-feira, 31 de janeiro de 2023

Gênero ministerial

No Brasil não faltam pessoas capacitadas, com formação em áreas diversas, para assumir o Ministério da Saúde e outras pastas. E as mulheres são metade ou mais desse grupo, como o demonstram as estatísticas.
Assim, nada há de extraordinário na nomeação de uma ministra da Saúde, a não ser o ineditismo do fato.
Mas não se venha dizer que o Ministério da Saúde precisa da SENSIBILIDADE de uma mulher, pois isso é um clichê machista — clichê que, se deve ser rechaçado quando dito por gente de direita, também deve ser repelido seu uso pela esquerda.
Também não se diga que se trata de concordância com o gênero gramatical da palavra "saúde": dizem alguns que, se "saúde" é palavra de gênero gramatical feminino, logo o respectivo ministério deve ser comandado por mulher.
Ora, isso é ridículo. Que dizer então, por exemplo, do Ministério dos Transportes?
Bom, neste último caso, em havendo a necessidade ou obrigação de efetuar a concordância de gênero ministerial, sempre se pode trocar "transporte" por "transportação" ou "transportabilidade" — não será por falta de termos convenientes, pois, ao contrário do que se pensa, nosso idioma nada deve às línguas gringas, inclusive nos quesitos "expressividade" e "abundância vocabular".
Já os saudosistas e simpatizantes da cultura "vintage" podem pleitear a volta do Ministério da Viação Pública...

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