quarta-feira, 30 de novembro de 2022

Livrarias e acepipes

(Interior da Livraria Lello, Porto, Portugal. Fonte: Wikipédia.)

Meu sonho de consumo era ser como essas pessoas que viajam pelo mundo conhecendo livrarias. Ah, as livrarias de Buenos Aires! Ah, a Livraria Lello no Porto!
Certo jornalista brasileiro gaba-se de ter sua livraria favorita em Nova Iorque. Já certo escritor lusófono, ao ouvir o nome de um país ou cidade, lembra-se logo das livrarias que conhece lá...
Já eu conheço livrarias (na verdade, quase todas elas são "sebos") apenas na cidade de São Paulo, além das ex-livrarias — ou seja, as que deixaram de existir — na cidade onde moro.
Mas, para compensar, tenho minha própria idiossincrasia: quando passo por um lugar que conheço ou me fazem alusão a ele, ou me lembro de uma data, logo me vêm à mente as comidas ou bebidas que saboreei ali ou naquele momento: sanduíche de pernil na Lanchonete Estadão; um pão doce gostoso numa padaria no Largo 13 de Maio, Santo Amaro; suco de uva passa num restaurante libanês; as batidas de um bar já extinto num bairro onde morei; os brigadeiros de uma cafeteria na Ana Rosa; a comida de um restaurante vegetariano no Itaim-Bibi; o primeiro tacacá que tomei (em 2009, na banca de Dona Fausta, em Santarém); o doce de jiló de Caldas Novas; o patê de sardinha, feito por minha sogra, que comi vendo o jogo Brasil vs. Chile da Copa do Mundo de 1998...
Minha esposa diz que tenho memória gastronômica.
Pois é... Cada um com seu super-poder!

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