terça-feira, 20 de dezembro de 2016

A força do perdão

Vai conciliar-te primeiro com teu irmão, e depois vem apresentar a tua oferta.
Concilia-te depressa com o teu adversário, enquanto estás no caminho com ele.
(Mateus V, 24, 25).
Pedro Lameira de Andrade (1880-1938) foi um importante divulgador do espiritismo no Brasil no início do século XX, principalmente em São Paulo e no Rio de Janeiro, como benemérito e palestrante. Atuou junto a diversas casas espíritas, algumas das quais ajudou a fundar, e foi orador da Federação Espírita do Estado de São Paulo (FEESP) e outras instituições.
Reproduzo abaixo um episódio havido por ocasião de uma palestra de Pedro Lameira de Andrade, conforme narrado por Paulo Alves Godoy no capítulo 32 de seu livro Grandes Vultos do Espiritismo, uma das obras em que o autor traça pequenas biografias de figuras de destaque da doutrina espírita no Brasil e no mundo. Godoy não cita a data, mas suponho que o fato tenha ocorrido na década de 1930.
“Certa ocasião, chegada a hora designada para a realização de uma conferência sobre o tema "O Perdão", na Sede da Associação "Verdade e Luz", choveu torrencialmente. Apenas estavam na sede da instituição o orador, Elói Lacerda e outros dois companheiros. Lameira, vendo o salão vazio, aventou a ideia de fazer uma prece e encerrar a reunião, sugestão prontamente repelida pelos presentes. A palestra foi proferida, portanto, como se o salão estivesse repleto. A determinada hora entrou no recinto uma pobre mulher, toda molhada, esperando resguardar-se da chuva.
Assentando-se nas últimas cadeiras, passou a prestar inusitada atenção às palavras do conferencista.
Ao finalizar a palestra, ela aproximou-se do orador e lhe disse: "Graças a Deus entrei nesta casa e ouvi suas palavras. Eu estava decidida a cometer um crime nesta noite. Entretanto, agora compreendo as razões de minha desorientação e vou tomar rumo diferente, vou lutar contra as forças negativas que quase me desviaram do caminho do bem." Lameira abraçou-a comovido, alegrando-se intimamente pelo fato de ter servido de ponte para que aquela criatura se reencontrasse e viesse a descortinar novos horizontes.”
GODOY, Paulo Alves. Grandes Vultos do Espiritismo. 3ª edição. São Paulo: Edições FEESP, 2011. Capítulo 32.
Santarém, PA, 20/12/2016. Leia e curta também no Wordpress.

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