Há
vários anos, um amigo meu, professor universitário de geografia, teve a ideia de visitar
alguns dos países vizinhos do Brasil como complemento de suas aulas. Reuniu
alguns alunos que podiam acompanhá-lo durante o período de férias escolares e fez
o planejamento necessário para uma viagem econômica – ou seja, no estilo
mochileiro.
O
primeiro país a ser visitado foi o Paraguai.
Não,
eles não foram a Ciudad del Este e Pedro Juan Caballero para as famosas compras
de bugigangas “importadas”. Nada de muamba. Passaram direto por ali e se
dirigiram a um departamento distante (chamam-se departamentos as
divisões administrativas paraguaias).
Professor
e alunos queriam conhecer o Paraguai profundo, rural, com o intuito de fugir
aos estereótipos e ter contato mais direto com a população “autêntica”. Queriam
conhecer o meio rural do país vizinho e compará-lo com o equivalente no Brasil.
Visitaram
comunidades rurais, igrejas, escolas; participaram até de um programa de rádio
numa das cidadezinhas em que estiveram.
Numa
dessas localidades, ficaram hospedados num alojamento paroquial, junto com
seminaristas e padres. Antes de partir de volta ao Brasil, e para agradecer aos
responsáveis pelo local a acolhida que ele e seus alunos tiveram, o professor
quis fazer-lhes uma surpresa: iria preparar um doce, uma deliciosa sobremesa brasileira.
Que
doce era esse? Segredo! Eles só saberiam na hora em que fosse servido.
O
chef foi para a cozinha. Depois de certo tempo lá vinha ele, com uma
enorme travessa de arroz-doce.
“¡Qué
maravilla! ¡Arroz com leche!” – exclamaram
os convivas locais, diante do espanto dos estrangeiros.
Não
é preciso dizer que todos se deliciaram, mesmo porque a sobremesa misteriosa já
era conhecida no país vizinho… com outro nome!
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Fonte: blog.purosabor.com.br |