O
Observatório
da Língua Portuguesa
publicou notícia sobre o lançamento, pelos Correios de Cabo Verde,
de um selo comemorativo dos 800 Anos da Língua Portuguesa. O
selo foi lançado com a presença de autoridades e artistas de todos
os países que compõem a Comunidade
dos Países de Língua Portuguesa (CPLP).
A
efeméride é alusiva a um documento redigido em 5 de maio de 1214,
época do rei português Afonso II; tal documento é considerado o
mais antigo escrito naquela que, mais tarde, iria chamar-se língua
portuguesa.
Intrigante...
Nos
meus tempos de estudante –
ainda
no colegial/ensino médio –, considerava-se o mais antigo documento em
língua portuguesa a famosa Cantiga
da Ribeirinha,
de Paio Soares de Taveirós,
de fins do século XII (entre 1189 e 1198): "No mundo non me sei
parelha...".
Parece que as coisas mudaram.
O
curioso é que a data do
fenômeno avançou; quando se estuda um fato, um artefato, uma invenção ou criação etc., geralmente se procura (e sempre se encontra!) uma data mais antiga,
para dar mais "velheira" à coisa. Curioso,
não?
Logo, logo os historiadores vão
encontrar
outra data de
surgimento de nossa língua,
talvez a data de publicação d'Os
Lusíadas
de
Luís Vaz de Camões, por
exemplo.
No
mundo lusófono as coisas parecem
andar
na contramão!
E ao contrário do que pensam alguns, nossa língua não está em decadência, e muito menos moribunda. Nada disso. Assim como Benjamin Burton, com o passar do tempo ela fica cada vez mais jovem...
E ao contrário do que pensam alguns, nossa língua não está em decadência, e muito menos moribunda. Nada disso. Assim como Benjamin Burton, com o passar do tempo ela fica cada vez mais jovem...
Leia a matéria completa: Correios de Cabo Verde lançam selo comemorativo dos 800 anos de língua portuguesa
Adendo:
Cantiga da Ribeirinha ou da Guarvaia
Paio Soares de Taveirós (circa 1189-1198)
No
mundo nom me sei parelha
mentre
me for como me vai,
ca
já moiro por vós e ai,
mia
senhor branca e vermelha!
queredes
que vos retraia
quando
vos eu vi em saia?
Mao
dia me levantei
que
vos entom nom vi fea!
E,
mia senhor, des aquelha
me
foi a mi mui mal di', ai!
E
vós, filha de dom Paai
Moniz,
e bem vos semelha
d'haver
eu por vós garvaia:
pois
eu, mia senhor, d'alfaia
nunca
de vós houve nem hei
valia
d'ũa correa.
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